USP coloca em operação 1ª planta de conversão de hidrogênio a partir do etanol do mundo

Nas próximas semanas entrará em operação, no campus Capital-Butantã da Universidade de São Paulo (USP), a primeira estação de abastecimento de hidrogênio renovável a partir do etanol do mundo.

O anúncio foi feito pelo reitor da instituição, Carlos Gilberto Carlotti Junior, na abertura da Conferência de Pesquisa e Inovação em Transição Energética (ETRI) 2024, realizada pelo Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) entre a última terça-feira (5) e quinta-feira (7).

“Estamos inaugurando, agora, nosso reformador de hidrogênio. A partir da próxima semana, teremos hidrogênio produzido a partir do etanol aqui na nossa universidade”, afirmou Carlotti Junior.

O posto de abastecimento é resultado de um projeto do RCGI, um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído por Fapesp e Shell na Escola Politécnica (Poli-USP). O RCGI é um dos CPEs financiados pela Fundação em parceria com empresas.

A estação produzirá inicialmente 4,5 quilos (kg) de hidrogênio por hora – aproximadamente 100 kg por dia. O combustível será utilizado para o abastecimento de três ônibus urbanos que circularão pelo campus da USP, em São Paulo, e um rodoviário, com autonomia de 450 quilômetros (km), suficiente para ir e voltar da Cidade Universitária para Piracicaba, no interior paulista, explicou Julio Meneghini, diretor do RCGI, durante uma visita para convidados à planta-piloto. Um dos ônibus foi usado para levar os visitantes até a estação na última terça-feira (5).

“Estudos preliminares mostram que, se 18 ônibus urbanos movidos a diesel que circulam pela USP fossem hoje substituídos por versões abastecidas com hidrogênio, a universidade deixaria de emitir quase 3 mil toneladas de CO2 [dióxido de carbono] por ano”, disse Meneghini.

O presidente da Fapesp, Marco Antonio Zago, enfatizou que a instituição tem uma longa história de compromisso com essa pauta, exemplificado pelo financiamento ao RCGI e por três programas estratégicos, criados há mais de 20 anos: o BIOTA, o BIOEN e o Programa Fapesp de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG). Mas ponderou que é preciso fazer mais.

“Apesar dessa diversidade de iniciativas, projetos e programas atuais, eles provavelmente são ainda insuficientes. É necessário ser mais ambicioso e audacioso. É premente aumentar a interação e a comunicação entre esses múltiplos centros de pesquisa e iniciativas”, sublinhou.
USP coloca em operação primeira planta de conversão de hidrogênio a partir do etanol do mundo.

Na última quinta-feira (7)), o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Júnior e o presidente da Fapesp, Marco Antônio Zago, estiveram em Bauru prestigiado a sessão solene de colação de grau de 52 alunos da segunda turma da Faculdade de Medicina de Bauru (FMBRU-USP).