Um novo dispositivo para exames das mamas, que utiliza micro-ondas em vez de radiação ionizante, está sendo desenvolvido por pesquisadores da Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto Federal de São Paulo (IFSP). Ainda em fase de protótipo, a tecnologia promete ser uma alternativa menos dolorosa e mais acessível à mamografia tradicional.
O professor Bruno Sanches, do Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos da Poli e pesquisador do Laboratório de Sistemas Integráveis, o LSI, explica que a proposta surgiu da vontade de criar uma solução acessível e prática para a realidade brasileira. “Nós queríamos fazer um dispositivo que fosse barato, que pudesse ser espalhado pelo País de maneira eficiente e que não precisasse de um radiologista para operar, então a gente queria um dispositivo na ordem de talvez R$ 1 mil.”
O protótipo chama atenção também pelo seu formato: “Ele tem mais ou menos a aparência de um sutiã, um pouco maior que um sutiã, e ele é operado manualmente. Ele é eletrônico, tem uma interface com computador, onde são mostradas as imagens. É um sistema inicial, ele não parece com um mamógrafo tradicional, no momento. Tem uma similaridade maior com o exame de, talvez, ultrassom”, descreve Sanches.
O professor aponta algumas das vantagens do dispositivo, uma das que mais chamam a atenção é que o novo método não precisa comprimir os seios para a realização do exame. “O exame pode ser feito de uma maneira circular em volta da mama, sem apertá-la, sem causar esse incômodo”, explica. “Mas, além dessa vantagem de conforto, tem algumas outras. A mamografia funciona pelos raios X, atravessando ali o tecido e chegando no detector do outro lado. É um exame que tem alguns ângulos, geralmente são poucos. Nesse que a gente propõe, você pode ter muitos ângulos, da ordem de, talvez, 64, ou até centenas de ângulos.
Ele aponta, também, a vantagem da mamografia: “A mamografia tem uma vantagem, ela trabalha com ondas muito pequenininhas, vai conseguir detectar coisas muito, muito reduzidas.
Fonte: Agência SP
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