Polícia Militar de SP é mais letal que em anos anteriores

A letalidade da Polícia Militar de São Paulo está bem alta este ano. Segundo o Ministério Público do Estado, o número de pessoas mortas por PMs em serviço aumentou 84,3% de janeiro a novembro desse ano. Em comparação ao mesmo período do ano passado, o índice foi de 313 para 577 vítimas fatais.

Para a ouvidoria da Polícia do Estado, trata-se de um retrocesso em todas as áreas da segurança pública no Estado atualmente, com discursos de autoridades do Estado que validam uma polícia mais letal, enfraquecimento dos controles internos da tropa, fuga das responsabilidades de órgãos que deveriam atuar no controle externo da atividade policial e a descaracterização da política de câmeras corporais.

Um número que acompanha o discurso do executivo estadual, por meio de sua Secretaria de Segurança Pública, que considera alta letalidade como sinal de aumento da segurança, quando na verdade isso indica muito mais um descontrole da segurança, especialmente pelos muitos casos de execução e morte de jovens e até mesmo crianças, como o menino Ryan, de 4 anos, em Santos. Ou dos dois jovens Guilherme Alves Marques de Oliveira, de 18 anos, e Luís Silvestre da Silva Neto, de 21, mortos no Jardim Vitória, em Bauru, no caso em que os policiais ainda apareceram no velório de um deles e causaram cenas que repercutiram em todo o país.

E tanto é que a letalidade não é sinal de segurança, que quem se sente seguro mais seguro hoje do que se sentia um ano ou dois anos atrás? Talvez aquele que não mora na periferia ou que não tenha a pele escura.