Novas tecnologias reduzem perdas e levam eficiência ao saneamento

Uma tecnologia empregada para detectar a presença de água em Marte agora mapeia possíveis pontos de vazamento na rede de saneamento da cidade do Rio de Janeiro.

O processo envolve imagens feitas por um satélite israelense, que escaneia com precisão o subsolo e, com uso de softwares inteligentes, identifica resíduos de cloro – o que pode indicar eventuais vazamentos. A partir da análise dos dados, a concessionária responsável pela operação, a Aegea, envia uma equipe ao local para confirmar se há necessidade de realizar reparos.

“Só na capital fluminense, foram identificados mais de 2.700 pontos de investigação”, afirmou o diretor de novos negócios de águas industriais da Aegea, Rafael Rossi.

Segundo o executivo, a tecnologia evita que equipes sejam deslocadas desnecessariamente, o que se traduz em redução de custo e otimização das operações. A companhia atende, hoje, mais de 30 milhões de pessoas em 15 estados.

A Iguá Saneamento, que detém oito operações em quase 130 municípios, por sua vez, tem implantado medidores inteligentes em hidrômetros para transmitir a leitura do consumo de água diariamente, e não apenas uma vez por mês. O dispositivo é especialmente útil para clientes comerciais e industriais, segundo explicou o diretor de operações do grupo, Murillo Borges.

Os investimentos previstos para alcançar a universalização dos serviços de água e esgoto até 2033 – exigência do Novo Marco Legal do Saneamento – ultrapassam R$ 893 bilhões, de acordo com a Abcon, dos quais mais de R$ 436 bilhões destinados exclusivamente a sistemas de esgotamento sanitário.

Em 2019, as concessionárias privadas operavam em 5% dos municípios brasileiros. Atualmente, estas empresas respondem por 30% dos serviços de saneamento das cidades do país.