Na capital paulista, morar na periferia pode te dar até 24 anos a menos do que morar em um bairro nobre. É o que apresenta o Mapa da Desigualdade de São Paulo 2024, produzido pela Rede Nossa São Paulo.
No distrito de Anhanguera, extremo Norte da capital, por exemplo, a idade média de morte é 58 anos, enquanto que no Alto de Pinheiros, na Zona Oeste, morre-se em média aos 82. Ou seja, 24 anos a mais de vida no bairro nobre e bem localizado.
O estudo analisa, ao todo, 10 indicadores dos 96 distritos do município: saúde, habitação, trabalho e renda, mobilidade, direitos humanos, cultura, esportes, infraestrutura digital, segurança pública e meio ambiente. Os dados que servem de referência são de bases oficiais do poder público. Ainda assim, segundo os organizadores do estudo, o indicador relativo à idade média dos habitantes ao morrer é um dos mais pertinentes e abrangentes, porque dá pistas sobre vários outros índices.
Um único indicador abrange informações sobre diversas dimensões da condição de vida imposta às parcelas socialmente mais vulneráveis, seja no acesso à uma saúde de qualidade, segurança, qualidade de vida. Outros indicadores revelam as desigualdades da capital, como a gravidez na adolescência, índice de favelização de cada distrito, casos de homicídio. E todos revelam que a percepção de morar em São Paulo varia entre bairros, e varia entre classes sociais.