As eleições municipais deste ano deste ano foi recordista em violência política, ao menos na última década. É o que revela pesquisa realizada pelas organizações Justiça Global e Terra de Direitos.
Entre novembro de 2022 e outubro de 2024, foram 714 casos de violência dirigida a pessoas que se candidataram. Foi o maior número desde o início da série iniciada em 2016. Somente neste ano, foram 558 casos, com 27 assassinatos, 129 atentados, 224 ameaças, 71 agressões físicas, 81 ofensas, 16 criminalizações e 10 invasões.
Além dos assassinatos e atentados, as ameaças e as ofensas têm um crescimento direcionado mais às mulheres. Elas foram alvos de 274 casos, representando 38,4% do total. Considerando que foram quase 34% de candidaturas de mulheres, as agressões ficaram acima. O aumento pode revelar maior propensão a denúncias, com canais melhor divulgados, mas, segundo análise das entidades que fizeram o levantamento, outro fator é responsável pelo crescimento: a impunidade.
A naturalização dessa violência, com respostas abaixo do necessário pelas autoridades, faz com que os episódios também sejam cada vez mais frequentes.
