Os cães podem estar passando por uma terceira onda de domesticação, motivada pelo desejo dos humanos por animais de estimação que sejam amigáveis, calmos e adequados a um estilo de vida sedentário. É o que aponta um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Linkoping, na Suécia.
Até algumas décadas atrás, os caninos eram vistos apenas como animais de trabalho, encarregados de caçar pragas, pastorear o gado e proteger as casas. Mas, atualmente, a companhia é uma prioridade muito maior para os tutores de cães.
Diante disso, os cientistas descobriram que essa mudança expandiu os níveis do hormônio ocitocina, conhecido como o “hormônio do amor” e responsável pelo vínculo social em cachorros. Essa substância é o que leva a buscarem contato com seus tutores.
A pesquisa investigou como os cães desenvolveram capacidade única de trabalhar em conjunto com humanos, incluindo a disposição em “pedir ajuda” quando confrontados com um problema difícil.
Os pesquisadores observaram 60 animais da raça Golden Retriever que tentaram levantar a tampa de um pote de guloseimas, intencionalmente tornado impossível de abrir. Amostras do DNA do interior do nariz deles foram coletadas, a fim de determinar qual variante do receptor de ocitocina cada um tinha. Os resultados mostraram que cachorros com uma variante genética específica do receptor tiveram reação mais forte do spray de ocitocina do que outros cães.
Essas descobertas revelam uma visão sobre como a domesticação alterou os genes que influenciam as habilidades sociais dos cães.