Câmara de Campinas aprova Moção contra venda de fazenda do IAC

A Câmara dos Vereadores de Campinas aprovou uma moção contra a venda de parte da fazenda do Instituto Agronômico de Campinas.

Cotações do cacau dependem do andamento das chuvas na Costa do Marfim, principal produtor da amêndoa no mundo - Canva/ Creative Commoms

A florada do café está diretamente relacionada com a produção da planta - Divulgação/Pixabay

De autoria do vereador Paulo Bufalo (PSOL), a moção 110/2024 protesta a venda de 7 hectares da fazenda Santa Elisa, onde fica um dos principais bancos de germoplasma do mundo, e cita a matéria do Valor e da Globo Rural sobre o temor dos pesquisadores.

A aprovação foi encaminhada ao governador do Estado Tarcísio de Freitas e ao secretário da Agricultura Guilherme Piai.

Conforme a reportagem, a Santa Elisa passou por um processo de mapeamento e de desmembramento encomendado pelo governo paulista para ser vendida. O procedimento inclui uma gleba de 7 mil metros quadrados, denominada São José, onde existem exemplares únicos de diversas espécies de café e a população mais antiga do mundo de plantas de café arábica.

A Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC) diz que os pesquisadores de café não foram consultados para verificar a possibilidade da transferência do banco de germoplasma e que a alteração pode comprometer a pesquisa de do instituto responsável pela maior parte das variedades existentes no país.

O banco de germoplasma reúne cerca de 5 mil ‘acessos’, que são plantas de diferentes tipos de café, muitos considerados raros e em extinção.

Com o desenvolvimento de Campinas, o banco ficou em uma área nobre da cidade, o bairro Taquaral, onde existem hoje vários condomínios residenciais.

Oficialmente, a direção do IAC disse que a decisão sobre o destino do banco está nas mãos do governo paulista.

Em agosto passado, o secretário da Agricultura de São Paulo, Guilherme Piai, confirmou que o governo pretende leiloar fazendas e outros imóveis que estejam onerando o Estado com custos altos e que não apresentam resultados sociais e econômicos relevantes, mas não deu mais detalhes.

Em uma reportagem da EPTV local, o governador afirmou: “o que não for de interesse da pesquisa e puder gerar valor tem que ser vendido”.

A venda do terreno é permitida sem a necessidade de aprovação da Assembleia Legislativa.