Fonte: G1 Minas Gerais
Neste domingo (20), o Vaticano vai realizar a cerimônia de canonização da beata italiana Elena Guerra. Conhecida como a ‘Apóstola do Espírito Santo’, um dos milagres que contribuíram para o processo de santificação de Elena aconteceu no Brasil, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro.
A história que culminou na publicação de um decreto pelo Papa Francisco no dia 13 de abril de 2024, reconhecendo o milagre atribuído à beata e abrindo caminho para ela se tornar santa, aconteceu em 2010. Na época, o enfermeiro que hoje é aposentado, Paulo Gontijo, tinha 49 anos e sofreu um grave traumatismo craniano e teve suspeita de morte encefálica depois de bater a cabeça ao cair de uma árvore de 6 metros de altura enquanto fazia uma poda.
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Muito católica, a família de Paulo já conhecia a religiosa e foi a cunhada, Marilda Fonseca que deu início à novena para a beata Elena Guerra junto de amigos pedindo a cura dele.
“Enquanto o Paulo estava no hospital, parentes e amigos vinham até nossa casa para rezar terços e rosários para Elena Guerra. Nós também começamos uma novena no hospital pedindo a intercessão da beata. Eu comecei a pedir para que ela pedisse a Jesus por um milagre surpreendente.”, contou a esposa de Paulo, Maria Roseli.
Após 25 dias em coma no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), os médicos deram poucas chances de que Paulo iria sobreviver aos danos causados pela queda e, caso se salvasse, teria sequelas graves.
A família lembra que a situação de Paulo era tão grave que o caso dele passou a ser tratado dentro de um protocolo de morte encefálica. Assim, pediram ao pároco da igreja que frequentavam, William Eurípedes Garcia, para que Paulo recebesse a extrema unção – sacramento católico que consiste na unção do enfermo acompanhada de uma oração – na Unidade de Terapia Intensiva.
“Eu levei o sangue de Cristo, que é o vinho consagrado, com a intenção de pingar algumas gotas na língua dele, para que ele pudesse ter ali a presença de Cristo vivo e ressuscitado junto dele. Eu coloquei essas três gotas na língua do Paulo, onde ele abruptamente reagiu de maneira brusca ao tocar o sangue na língua, uma pessoa que já estava com o quadro de morte, ter esses movimentos bruscos foi surpreendente. Eu fui pego de surpresa com esse milagre que foi imediato”, lembrou o padre.
“Quando pingou as gotas na minha boca eu abri o olho, quis levantar, deitei de novo. Aí, o doutor Milton mandou parar, falou ‘Para tudo, o cérebro do Paulo está normal, volta do jeito que está’. Eu voltei e fui recuperando”, recordou Paulo Gontijo.
Os médicos voltaram a encontrar atividade elétrica no cérebro de Paulo e onde esperavam sequelas gravíssimas, ficaram sequelas mínimas. Paulo teve alta do hospital no dia 30 de abril de 2010..