O projeto arquitetônico foi elaborado considerando demandas históricas por equipamento de saúde e por espaço para reuniões entre moradores
Matéria em parceria com o Jornal Voz do Nicéia
A Prefeitura de Bauru abriu um processo de licitação para a construção do centro comunitário do Jardim Nicéia no final do mês de maio.
Licitação é um procedimento por meio do qual as administrações públicas contratam empresas privadas para execução de obras e serviços. Para serem contratadas, as empresas devem apresentar o projeto de menor preço.
A assessoria de imprensa da Prefeitura disse que mais de uma empresa apresentou proposta, embora não tenha informado quais são. Houve uma sessão pública com as candidatas no dia 11 de junho. Não há previsão para o encerramento do processo.
O centro comunitário será construído na avenida Antenor de Almeida, em terreno da Prefeitura ao lado do muro do condomínio residencial Sauípe. A área fica próxima ao ponto de ônibus de onde os moradores descem para o bairro quando pegam a linha Unip/Unesp vinda do Centro da cidade.
O investimento será de R$ 730 mil. Esse valor é formado por uma emenda parlamentar do deputado federal Carlos Zarattini (PT) de R$ 300 mil e por R$ 430 mil dos cofres da Prefeitura.
O deputado foi acionado pela vereadora Estela Almagro (PT) de Bauru. Após contatos com um grupo de apoio ao Jardim Nicéia formado pelos integrantes da associação do bairro, por moradores e por voluntários da Prefeitura e da Unesp, a parlamentar levou a demanda ao Zarattini.
O grupo, intitulado “Amigos do Nicéia”, se reunia semanalmente para discutir demandas do bairro. Ele foi formado um pouco antes da pandemia de Covid-19, quando o município se mobilizava em uma tentativa de renovação do Plano Diretor.
Participavam de forma ativa nesses encontros, por exemplo, o presidente à época da associação do bairro, Adalton Cândido, o seu vice, Fernando de Abreu, a assistente social e servidora do município Vanessa Ramos, a engenheira civil e também ex-servidora da Prefeitura Tânia Maceri e a então editora-chefe do Voz do Nicéia, Milena Brito.

O projeto arquitetônico foi desenvolvido gratuitamente pela professora Silvana Aparecida Alves, do Departamento de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo da Unesp, juntamente com os alunos da mesma universidade em Bauru. Também de forma voluntária, Tânia Maceri ficou encarregada pela direção dos projetos arquitetônico, estrutural, hidráulico e elétrico. O centro terá área de 149 metros quadrados.
Em entrevista para a nossa reportagem, Tânia disse que o projeto foi elaborado através de um processo participativo, tendo em vista que os moradores levaram suas opiniões sobre o centro comunitário nas reuniões do “Amigos do Nicéia”. Por isso, carências históricas do bairro foram consideradas no projeto, como a falta de um espaço para reuniões e de equipamentos de saúde.
“O que a gente entendeu, naquele momento, é que a comunidade não tem onde se reunir, nem para uma pequena reunião. Esse era um ponto. Era muito necessário para que eles [moradores] avançassem nesse sentido coletivo. E um outro ponto, que eu acho muito importante, é: há uma demanda na questão da saúde, porque eles estão [em uma situação], em termos de mobilidade, muito complicados. O atendimento ocorre no outro lado da rodovia [Marechal Rondon] ou no Geisel, a uma distância muito grande”, explicou Tânia.
Com o centro comunitário, abre-se a possibilidade do Nicéia receber serviços móveis de saúde. O posto mais próximo é o Núcleo de Saúde do Jardim Europa, localizado a uma distância de 3 quilômetros do Nicéia, aproximadamente. No passado, o bairro recebia atendimentos médicos no antigo barracão, onde hoje está localizada a EMEII Francisco Guedes Bombini, a creche do Nicéia.
Atualmente, o serviço de saúde mais próximo é o Núcleo de Saúde do Jardim Europa, localizado a uma distância de 3 quilômetros do Nicéia, aproximadamente. Para acessarem o posto, os moradores precisam percorrer uma caminhada de pelo menos 40 minutos, já que não há linhas de ônibus que conectem os dois bairros.
O prazo para a construção do centro comunitário é de oito meses após a assinatura da Ordem de Serviços, documento que autoriza o início da obra.