Há exatos 100 anos, o ícone da ciência Albert Einstein desembarcava no Rio de Janeiro para a sua primeira e única temporada no Brasil.
Einstein já havia pisado em solo brasileiro no dia 21 de março, por algumas horas, durante a parada do navio que o levava a Buenos Aires, na Argentina. Mas a breve temporada brasileira foi reservada para o final da sua incursão de um mês e meio pela América do Sul, que incluiu também uma passagem por Montevideo, no Uruguai.
O objetivo da viagem era divulgar e discutir a recém verificada Teoria da Relatividade com estudiosos sul-americanos, mas também fazer conexões com as comunidades judaicas e alemãs, em meio à escalada de poder do Partido Nazista. Uma evidência disso é que a viagem foi organizada e financiada por organizações judaicas, com o apoio de instituições científicas.
Einstein passou sete dias no Rio de Janeiro, então capital do Brasil, e, além de se encontrar com seus compatriotas, visitou instituições como a Fundação Oswaldo Cruz, o Museu Nacional e o Observatório Nacional, e fez duas grandes palestras públicas, uma na Academia Brasileira de Ciências e outra no Clube de Engenharia. A maior contribuição da visita para a ciência brasileira, na opinião do professor do Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast), Alfredo Tolmasquim, foi o incentivo para as chamadas “ciências puras”, que ainda engatinhavam no país.
A viagem também serviu para que Einstein conhecesse pessoas essenciais para a sua trajetória. “Ele se tornou mundialmente famoso a partir de 1919, quando houve a comprovação de um aspecto da Teoria da Relatividade, que é o desvio da luz. A prova foi obtida aqui no Brasil, durante um eclipse observado em Sobral, no Ceará”, conta Tolmasquim.
No dia 9 de maio, em visita ao Observatório Nacional, ele conheceu o diretor da instituição Henrique Morize, que liderou a expedição a Sobral seis anos antes, e também os astrônomos envolvidos com o trabalho e, diante deles, reconheceu.
Fonte: Agência Brasil
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